18 - A trajetória do Fusca no Brasil
A
partir de 1950, o Fusca começou a ser importado para o Brasil. No dia 11 de
setembro de 1950 desembarcaram no porto de Santos 30 Volkswagens, que
permaneceram por lá em exposição.
O
sucesso foi imediato, os veículos avaliados em CR$ 20.000,00 (vinte mil
cruzeiros), foram vendidos pelo extraordinário valor de CR$ 60.000,00 (sessenta
mil cruzeiros) cada veículo.
O modelo importado era o conhecido "Split
Window", com vidro traseiro dividido em dois, modelo Export (havia o
Standard, mais simples, nunca trazido para o Brasil).
Diante
do sucesso, a empresa Brasmotor (ainda existente hoje, sob o nome Brastemp)
começou a montar os veículos que eram importados da Alemanha para o Porto de Santos.
1952 - O governo
Getúlio Vargas passa a taxar a importação de veículos já montados (CEXIM), para
incentivar a produção nacional. Empresas estrangeiras que se instalarem
oficialmente no Brasil receberiam incentivos fiscais e em...
1953 - a Volkswagen se
instala no bairro do Ipiranga em São Paulo/SP e assume a montagem do veículo.
O Fusca passa a ser
importado, exclusivamente em kits "CKD" ("Completely Knocked
Down"), onde as caixas importadas como "auto-peças" recebem
menos imposto. O modelo produzido já era o que tinha janela traseira única,
oval.
1954 - Passava a contar
com janela traseira oval e motor 1200cc com taxa de compressão de 5,8:1 e 30 cv.
1955 - Portas sem vinco
na folha interna. Escape com 2 ponteiras cromadas
1957 - Novo cilindro de
roda do freio
1958 - No modelo 1958
alemão, foi lançado o vidro traseiro retangular, porém no modelo 1958
brasileiro ainda foi fabricado com o teto antigo e o vidro traseiro oval. Nova
taxa de compressão 6,6:1, agora com 36 cv.
1959 - Fusca passou a
ser oficialmente produzido no país com 54% de nacionalizaçao de suas peças.
Dentre as novidades, o novo volante cálice; maçanetas externas ganharam botão
de acionamento, para-sol emborrachado, dínamo de 160watts. Além da tradicional
padronagem interna branco-cinza gelo. Torna-se opcional outras padronagens
monocromáticas: azul pastel, azul turquesa, verde berilo e bege havana. A
janela traseira aumentou de tamanho e passou a ser retangular neste modelo.
1961 - O carro passou a
ter: caixa de marchas sincronizada, para resolver o problema das
"arranhadas" e o painel ganhou uma alça de segurança para o
passageiro.
1962 - novas lanternas traseiras. A nova janela havia sido introduzida em 1959.
A dianteira tradicional dos anos 1960. Em 1962 o Fusca passou a ter chassi nacional, faróis com facho assimétrico (o farol sealed-beam sai de linha), gancho cabide; nova lanterna traseira bicolor (versão que durou nos modelos standard até 1983).
A dianteira tradicional dos anos 1960. Em 1962 o Fusca passou a ter chassi nacional, faróis com facho assimétrico (o farol sealed-beam sai de linha), gancho cabide; nova lanterna traseira bicolor (versão que durou nos modelos standard até 1983).
1963 - Ganhou novo
descanso de braço, lavador de para-brisas pneumático e janelas traseiras
basculantes, reservatório de fluido de freio de plástico, além de amortecedor
de direção.
1964 - Novo tanque de
combustível, mais baixo, que permitia melhor acomodação da bagagem. 1ª série:
bancos dianteiros quadrados com forração semelhante ao modelo 1963, porém com
costura eletrônica. 2ª série: bancos quadrados com faixa de tecido 100%
"pijaminha"
1965 - Foi o ano do
lançamento do Fusca com teto-solar, que ficou conhecido como
"Cornowagen". Logo o acessório foi rejeitado e muitos proprietários,
incomodados com o apelido (segundo rumores dado ao carro por um executivo da
Ford), mandaram fechar o teto. Houve também mudanças nas lanternas que passaram
a ser modelo "sorriso curto" e na luz de placa ficando mais larga.
Bancos dianteiros de encosto curvo "corcundinha" com faixa de tecido
75% "pijaminha". Trava de volante e chave de ignição conjugados na
mesma peça.
1966 - O VW perdeu o brasão do capô. Nesse ano, a
Volkswagen assumiu o controle da Vemag, encerrando no ano seguinte as suas
atividades. Em outubro de 1966, já como modelo 1967 o Fusca ganha vidro
traseiro 20% maior e depois limpador de parabrisas (novos braços e palhetas)
parados no lado do motorista. Estes últimos modelos ainda possuiam motor 1200 e
tampa traseira com maçaneta de girar (e saia traseira com desenho
"H")
1967 - A Volkswagen
lançou motor 1300 cc com 46cv no lugar do antigo 1200 de 36cv. Nas propagandas,
apareciam os carros com uma cauda de tigre saindo da traseira em alusão a maior
potência. Novo distribuidor centrifugo de tampa baixa, filtro de ar com bocal
de aspiração maior; novo pedal do acelerador; rodas aro 15 com janelas para
refrigeração dos freios; comutador de luz alta foi para a alavanca de seta.
Vale notar que foi durante esta época que o Fusca sedimentou a Volkswagen no mercado nacional, permitindo o lançamento de vários derivados no mercado nacional, tais como o Vw 1600, o TL, a Variant, o Karmann Ghia TC, o SP2, a Variant II, o Brasília e o Gol.
Vale notar que foi durante esta época que o Fusca sedimentou a Volkswagen no mercado nacional, permitindo o lançamento de vários derivados no mercado nacional, tais como o Vw 1600, o TL, a Variant, o Karmann Ghia TC, o SP2, a Variant II, o Brasília e o Gol.
1968 - Sistema elétrico
de 12 volts. O Fusca ganha retrovisor externo de série, modelo
"braçinho"
1969 - Espelho retrovisor
"raquete". Em retrospecto, embora muitos falem que o Fusca de 1954 a
1969 só tenha mudado o vigia traseiro e o para-brisa, neste período foram
feitas mais de 2.500 mudanças no motor e em outras partes do automóvel.
1970 - O Fusca ganha
cintos de segurança e extintor de incêndio. Nova pedaleira com pedais de
embreagem e freio mais afastados. Na 2ª série, mudanças na frente e traseira:
pará-choques de lâmina simples, maçaneta do capô dianteiro com botão de
segurança. O capô dianteiro e traseiro ficaram mais curtos, para evitar que se
prendesem ao parachoque em caso de colisão. Foi lançado o Fuscão, modelo jovem
de acabamento requintado e motor 1500 de 52cv. O Fusca 1500 durou de 1970 até
1975.
Um Fusca 1500, traseira e…dianteira.
Um Fusca 1500, traseira e…dianteira.
1971 - A Volkswagem é a
1ª montadora brasileira a realizar testes de impacto (crash-test) para avaliar
a segurança da carroceria em caso de colisões.
1972- Nova chave de seta; luz de cortesia interna
passa da coluna para o meio da porta do motorista.
1973 - Novo farol de perfil
reto, padronizado para atender a legislação quanto a altura do facho em relação
ao solo. As janelas laterais basculantes e o sistema de ar quente passam a ser
opcional. No Fuscão 1500, as grades do capô traseiro aumentam. Nova embreagem
com guia de rolamento.
1974 - Botões no painel
em plastico maleável com inscrições de função, novo volante bumerangue, chave
de seta em plástico, nova padronagem do revestimento dos bancos, sistema de
ventilação interna com saídas atrás do vidro lateral (orelhinhas). Muitos
pensam que sua função é ventilar o interior do carro quando, na verdade, é o
inverso. Distribuidor tampa alta com avanço vácuo e centrifugo. O modelo 1300
perde o friso no estribo. Lançamento do Volkswagen 1600S - o besourão Equipado
com bancos reclináveis; volante esportivo Walrod de três raios, painel com
conta-giros, marcador de temperatura, relógio e amperímetro. Motor 1600cc de
65cv com carburação dupla, rodas aro 14 (idênticas às da Brasília) com pneus
radicais opcionais, bitolas de 150 e 130mm maiores do que o do vw fuscão.
Também tinha uma cobertura plástica na cor preta sobre a tampa traseira, que
lembrava as asas de um besouro. Foi inspirado nos VW-s yellow and red
racer,modelo alemão com suspenção dianteira McPerson. Com três nomes oficiais, o
clássico instantâneo denominado 1600S,Besourão ou super fuscão compõe com os
modelos de teto solar as versões de maior procura pelos colecionadores.
1975 - Filtro de ar com
elemento de papel. Pisca alerta no painel ao lado esquerdo do cinzeiro. Lavador
de parabrisa com acionamento no pé. Haste e palhetas do parabrisa pintadas de
preto. O Fusca 1300 agora tem rodas de 4 furos. Motor 1300 com nova taxa de
compressão 6,8:1 (motor de numeração BJ)
1976 - É lançada a
versão 1.300-L. O farol passa a ser fixado direto no paralamas. Trilho dos
bancos dinateiros reforçado.
1977 - O Fusca apareceu
com mudanças estruturais, comando do limpador de para-brisas na chave de seta e
barra de direção retrátil, que protege o motorista em caso de choque frontal.
Também ocorreu uma mudança no bocal do tanque, que passou para a lateral
direita do carro. Neste ano o governo Geisel lança um plano para reduzir o
consumo de gasolina, a VW passa a equipar o VW 1300/1300L com carburador Solex
H30 PICS, com nova giclagem para reduzir as emissões e o consumo.
1978 - O interruptor do
pisca-alerta foi transferido para a coluna de direção e foi adotada uma chave
única para portas, capô do motor e ignição. Retrovisor externo de plástico e
retrovisor interno apenas encaixado (para soltar em caso de colisão). Respiro
do motor com sistema positivo, os gases do carter agora retornam a admissão. A
Volkswagem monta um laboratório de emissões para avaliar métodos de redução da
poluição emitida pelo motores.
1979 - Houve uma
alteração nos modelos 1300 L e 1600, as lanternas traseiras se tornam maiores e
passam a ser chamadas "Fafá", em alusão aos grandes seios da cantora
Fafá de Belém. A lanterna menor continuou a ser utilizado nas versões 1300.
As lanternas "Fafá" do modelo de 1979.
As lanternas "Fafá" do modelo de 1979.
1981 - Foi lançado o
Fusca 1300 com motor a álcool.
1982 - Chegou um painel
com relógios retangulares e a nova versão 1300 GL com "luxos" como
rádio AM/FM, acendedor de cigarros, apoios de cabeça dianteiros, desembaçador
do vidro traseiro, janelas traseiras basculantes, protetor de borracha nos
para-choques, aquecimento e novo logotipo 1300 em branco com o GL em vermelho.
1983 - A empresa
resolveu rebatizar o modelo no Brasil, adotando finalmente o nome que se
tornara popular, Fusca. Até então o automóvel era oficialmente denominado
"VW Sedan" nos registros dos Detrans. A lanterna modelo Fafá passou a
ser padrão para este modelo único, fabricado somente com o motor 1300. Novo
respiro do motor sem o cano que vai pra baixo.
1984 - O motor 1300
deixou de ser produzido. Agora passa a equipá-lo o novo motor 1600, conheçido
como tork, com válvulas de escape maiores, capela de refrigeração com radiador
deslocado, valvula de aquecimento de partida a frio (Termac) e o carro passa a
contar também com freios a disco na dianteira, mais eficientes. Cinto de
segurança de 3 pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça. O VW 1600 com
carburação simples passa a ser equipado com Carburador Solex H30/31 PICT.
1986 - A Volkswagen
desistiu de fabricá-lo alegando que era um modelo muito obsoleto, apesar de ser
ainda um dos doze carros mais vendidos daquela época. Um dos motivos era a
necessidade de abrir espaço em linha de montagem da fábrica de São Bernardo do
Campo para o Santana e para o VW Fox, a ser exportado para os EUA.
1993 - Por sugestão do
então presidente Itamar Franco a empresa voltou a fabricar o modelo. Itamar
queria a fabricação de carros populares e sugeriu que o Brasil precisava de um
carro como o Fusca. Foi aprovada então a Lei do carro popular, que previa
isenções de impostos para os carros com motor 1.0 e também para os que tivessem
com refrigeração a ar, sendo assim e o Fusca e a Kombi, embora tivessem motores
de 1.6l, foram incluídos. O carro vendeu muito menos que da meta esperada pela
Volkswagen. A principal razão para que o Fusca não vendesse tão bem se deve ao
fato de seu acabamento espartano demais diante dos concorrentes surgidos em
meados da década de 1990, como o Fiat Uno Mille e Chevrolet Corsa de primeira
geração, que tinham preços muito próximos do velho Besouro, porém, com
acabamento e espaço interno melhores que os do Fusca. Em 1996, a empresa deixou
de produzir novamente o carro, com uma série especial denominada Série Ouro. A
partir daí, ele só seria produzido no México. Nesse segundo período, foram
produzidos no Brasil cerca de 47.000 exemplares.
Fonte: Facebook/MotorVwBoxer
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