17 - A evolução do Fusca!
O
primeiro projeto do Fusca era equipado com um motor dois cilindros, refrigerado
a ar, que tinha um rendimento absurdamente péssimo. Criaram o motor quatro
cilindros, opostos dois a dois , chamado de Boxter,também refrigerado a ar, com
suspensão independente dianteira, que funcionavam através de barras de torção.
Foi
um projeto ousadamente revolucionário, pois até então os carros da época eram feitos
com motores refrigerados a água e suspensão que em sua maioria usavam feixe de
molas (tipo suspensão de caminhões) ou molas helicoidais.
Daí, as evoluções foram
constantes.
Sistema
de freios a tambor, caixa de direção tipo "rosca sem fim", evoluções
estéticas como quebra vento, lado abertura da porta (no início a porta abria do
lado oposto), saída única de escapamento, estribo, entre outras.
Em
1936, já reformulado, com bastante semelhanças com o Fusca de hoje, o
Volkswagen era equipado com duas pequenas janelas traseiras, em 1.937 existiam
30 outros modelos sendo testados na Alemanha. E a partir de 1.938, iniciou-se a
construção, em Hanover de uma fábrica a qual o Volkswagen seria construído na
forma de fabricação em série.
Em
1.939, devido ao início da segunda guerra mundial, o Volkswagen acabou virando
veículo militar. Derivados do fusca, como jipes e até um modelo anfíbio
(Shwinwagen, atualmente existem 3 no mundo, e um no Brasil). A mecânica também
haveria mudado. Virabrequim, pistões, válvulas , o motor de 995 cc. e 19cv
passou a ser de 1.131 cc. e 26 cv. Mais de 70 mil unidades militares foram
produzidas.
Término
da segunda guerra mundial, a fábrica que estava sendo construída em Hanover,
estava quase que inteiramente destruída. Seus projetistas, ninguém sabia por
onde andavam, e de suas versões militares ninguém mais precisara, por pouco não
foi o fim do Volkswagen. Até um major inglês redescobrir o Volkswagen. Ivan
Hirst, resolveu "adotar" o velho Volkswagen, entre os escombros da
antiga fábrica, a versão original do VW passou a ser reaproveitada.
Retomada
sua fabricação, o Volkswagen passou a ser utilizado em serviços de primeira
necessidade, escassos naquela época, como correio, atendimento médico, etc. Em
1.946, portanto um ano depois, já existia 10 mil volkswagens sedans em
circulação. Em 1.948 existiam 25 mil, sendo 4.400 para exportação. Em 1.949 o
Fusca já teria seu próprio mercado nos EUA.
Basicamente
o fusca até então era um projeto que havia dado certo, até meados de 1.956,
quase nada havia mecanicamente mudado de seu projeto original. Independente de
seu projeto mecânico, a aparência do Fusca haveria mudado bastante.
Em
1.951, havia duas janelas repartidas na parte traseira, embora continuar sem os
"quebra-ventos". Mas em 1.953, o fusca surgia com
"quebra-ventos" nas janelas laterais, e a partir da segunda série
deste ano a janela traseira se resumia a uma única, em formato oval. Neste
mesmo ano o fusca começou a ser montado no Brasil. Em 1.959 o Fusca começou a
ser fabricado no Brasil.
Em
1.961 no segundo semestre, o sistema de sinaleiros (pisca-pisca) deixa de ser
uma barra na coluna lateral central (também chamada de bananinha) para as
lanternas traseiras, juntamente com as luzes de freio.
E
assim as mudanças foram surgindo. O câmbio deixa de "seco" para ter
as quatro marchas sincronizadas, o mesmo que existe até hoje. Em 1.967 o Fusca
passa por uma importante mudança: ele ganha motor 1.300 cc ao invés do 1.200 cc
que o equipava até então.
Os
aros das rodas também receberam furos para melhor ventilação do sistema de
freios. Já em 1968 foi provado que o sistema de 6 volts que o equipava não se
mostrava eficiente, aí o Fusca ganhara um novo sistema elétrico 12 volts. E a
caixa de direção passa a ser lubrificada com graxa.
Em
1.970 o Fusca sofreu uma grande transformação. Continuando com a versão 1.300
cc, surgiram a versão 1.500 cc (2º. semestre) essa com 52 cv (SAE) de potência.
Carinhosamente apelidado de "Fuscão". Para essa versão, o fusca
também recebeu uma barra compensadora no eixo traseiro, para finalidade de
maior estabilidade. Esteticamente o capô do motor ganhou aberturas para maior
ventilação, novas lanternas, cintos de segurança. Como opcional o fusca tinha
freios a disco na dianteira.
Mais
mudanças vieram em 1.973. O novo sistema de carburação com carburadores
recalibrados para menor consumo, e novo distribuidor vácuo-centrífugo deram
mais ênfase ao carro que sem dúvida era um sucesso total.
Nunca
vendeu tanto fusca no Brasil como no ano de 1.974. O fusca teve uma produção de
239.393 unidades somente em 1974. Comparado a produção de 1969 que era de
126.319, foi um impressionante salto nas vendas. Tudo provava o absoluto
sucesso do Fusca. E também nessa época que surgiu o Fusca com motorização
1.600-S que rendia 65 cv(SAE)com dupla carburação. As mudanças mecânicas para
esse ano eram o eixo dianteiro com bitola mais larga e a mudança estética foi o
maior pára-brisa para as versões 1.300 e 1.500.
Em
1.975, a linha VW foi ampliada com a chegada do novo motor 1.300, versão
1.300-L e o modelo 1.600 passou a ter a alavanca de câmbio mais curta e filtro
de ar do carburador de papel. Outras alterações também vieram, como painel e
outras (estéticas).
Em
1.978 o bocal do tanque de combustível passou a ser do lado externo do carro, e
não dentro do porta-malas como mostrava-se até então.
Em
1.979 (2º. semestre) as lanternas traseiras ganharam nova forma, e pelo seu
grande tamanho, esta versão do fusca, a partir desse ano foi apelidado de
"Fuscão Fafá". Após quatro anos sem mudanças, em 1983 o
"Super-Fuscão" desaparece. Adotaram o nome oficial de
"FUSCA".
Com
algumas poucas inovações como caixa de câmbio "Life-Time"(dispensa
troca periódica de lubrificante), ignição eletrônica nos modelos a álcool,
bomba de combustível com proteção anti-corrosiva, válvulas termopneumáticas nas
entradas dos filtros de ar (com a função de controlar a temperatura do ar
aspirado para finalidade de melhorar a queima da mistura).
No
ano seguinte, portanto em 1.984, muda tudo. A versão 1.300 do Fusca desaparece.
Surge aí um novo 1.600. Com pistões, cilindros e cabeçotes redesenhados, além
de novas câmaras de combustão, o novo motor rendia 46 cv a 4.000 RPM e torque
máximo de 10,1 kgf/m a 2.000 RPM. Agora a medição foi feita no método DIN e não
mais no SAE. Equipavam a versão também novos freios a disco na dianteira e
barra estabilizadora traseira redesenhada para uma melhor performance
aerodinâmica.
Foi
no ano de 1.986 que (temporariamente) acaba-se a carreira do Fusca. Embora o
México não parar de produzi-lo, no Brasil sua linha de montagem chegara ao fim.
Até que em 1.993 por pedido do então presidente do Brasil, Itamar Franco, o
Fusca volta novo de novo, como nesses seus 60 anos muito bem vividos.
Na
segunda fase de 1.993, sem mudanças na carroceria nem no motor o fusca ganhou
pára-choques na cor do veículo, canalizador com uma única saída de escape no
pára-lamas esquerdo, estofamentos novos, volante novo e muitos outros detalhes
de acabamento, inclusive detalhes opcionais. Quando todos não acreditavam no
sucesso do relançamento do Fusca, as vendas foram mais que animadoras. Chegou a
produzir mais de 40 mil novos Fuscas. Até sua oficial parada de fabricação
anunciada em Julho de 1.996 o fusca deixou mais fãs por seu rastro.
Para
comemoração da sua última série de fabricação, foram fabricados os últimos
1.500 Fuscas carinhosamente dados numa versão "FUSCA SÉRIE OURO",
onde os últimos 1.500 proprietários de fuscas "novos" tem seus nomes
guardados em um "Livro de ouro da VW." Um Fusca Série Ouro é
facilmente identificado, neste seu último modelo a VW super-equipou
esteticamente a versão. Com estofamentos do Pointer GTI, desembaçador traseiro,
faróis de milha, painel com fundo branco, vidros verdes (75% transp.) esta foi
a série de gala do querido carrinho. Mais uma vez nosso querido fusquinha
cumpre seu papel, um sucesso de vendas e de mercado. Embora no México ainda foi
fabricado até 30 de junho de 2.003.
Outra
novidade foi o sucesso de seu relançamento oficial, montado em chassis do VW
Golf e com seu novo nome já definido, o BEETLE volta as ruas, mostrando sua
nova cara e dando continuidade a essa inigualável carreira que o "querido
carrinho" fez por merecer. E assim temos um exemplo de um projeto que
alcançou o completo sucesso, e por trás dele um gênio imortal, um Mito:
Ferdinad Porsche.
(Fonte: tempoveiculos.com.br)
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